sábado, 23 de abril de 2011

Parto Sem Dor - post interessante


Muita gente sabe que Giselle Bundchen, assim como eu, passou pela experiência de um parto sem dor. Em seu interessante blog consta uma entrevista com Deborah Allen sobre o assunto. A entrevista está dividida em duas partes e compartilho aqui com vocês.

Dor no parto: Parte I Atitude

13 de outubro de 2010 por Deborah Allen

Existe parto sem dor? Sim. Existe parto doloroso? Sim. O que faz a diferença? A resposta depende muito do foco da sua atenção. A dor deve ser vista dentro de um contexto. Se você realmente mantém no pensamento a finalidade do que está acontecendo e o bem a ser realizado com isso, sua relação com a dor pode se transformar. É nossa esperança que você venha a considerar a dor no parto como um aliado, um mecanismo de experiência do organismo, que orienta você, aguça seu foco e desperta sua consciência.
Como o MEDO está relacionado à Dor
Quando sentimos medo da dor, ficamos tensos, tentamos evitá-lo ou tomamos remédios para fugir do problema.  Então, nós perdemos os sinais (nossas sensações), através dos quais podemos navegar em nosso caminho. Na minha experiência como parteira, o medo é um problema maior do que a dor. O medo nos paralisa. O medo nos impede de viver plenamente. O medo pode ser uma causa direta da dor, quando o útero se contrai. Mas esse medo pode ser liberado e pode ser útil, se nos orienta em direção ao nosso objetivo. Saber o que está acontecendo pode ajudar a aliviar o medo. Saber como trabalhar com o seu corpo e seu bebê (que você pode sentir no interior e que é sensível ao medo da mamãe) é a chave para uma boa experiência de parto para ambos. Nós parteiras fazemos tudo que podemos para ajudar as mulheres a relaxarem e se sentirem confiantes. Quando o medo vai embora, a sensação de dor tornar-se parte do trabalho.
Estudos têm mostrado que a quantidade de medo que sentimos está relacionada à quantidade de atenção que nós dedicamos a esse medo. O foco da nossa atenção depende do nosso controle voluntário, mas requer prática e determinação para mudá-lo do negativo para positivo. Fingir uma atitude positiva não diminui o medo inconsciente. Algumas pessoas já decidiram que a vida não vai lhes proporcionar aquilo que querem, como por exemplo, um parto sem dor ou com uma dor controlável. Elas tentam mudar seus pensamentos e atitudes, mas sem qualquer intenção de realmente ter sucesso. Para realmente superar o medo e a dor no parto, é preciso ter um um compromisso para realmente alcançá-lo.
O foco da sua atenção é determinado pela sua ATITUDE, como você se PREPARA para o nascimento e o ambiente a sua volta. As seguintes ATITUDES que tenho visto fazem toda a diferença na forma como o parto é vivenciado.
Para um parto sem dor ou com dor controlável, você tem vantagem quando está:
1. Esperando que o seu corpo funcione normalmente
2. Confiante no processo do parto e nascimento
3. Aberta a possibilidade de descobrir novas partes de si mesma, um perfil forte, uma mãe tigre
4. Consideando o nascimento como uma transformação
5. Não está lutando para estar no controle do nascimento, mas deixando que isso aconteça através de você, naturalmente
6. Paciente
7. Empenhada em trabalhar com o que quer que aconteça
8. Aceitando, mesmo se a dor existe
9. Assumindo a responsabilidade por seu bem-estar e de seu bebê
10. Disposta a passar por algo difícil em função do nascimento seguro do seu bebê
Para um parto incontrolável ou doloroso, você está:
1. Absolutamente convencida de que nascimento é agonia
2. Querendo evitar a dor a qualquer custo (mesmo que isso signifique que o bebê seja afetado)
3. Recusando-se à mudança
4. Fechada às possibilidades de surpresa, alegria e recompensas do trabalho duro
5. Constantemente ansiosa e com medo que algo vai dar errado
6. Culpando outras pessoas pelos seus problemas
7. Impaciente
8. Buscando constante a reafirmação de outros
9. Muito preocupada com as aparências
10. Sem interesse em aprender o que está acontecendo com você e seu bebê.
Na próxima quarta-feira, leia a segunda parte do artigo: a PREPARAÇÃO para o dia do nascimento também afeta o modo como você encara essa experiência. E mais: o AMBIENTE  do nascimento é composto das atitudes e comportamentos das pessoas ao seu redor, tabus e normas culturais, estresse e o ambiente físico. Tudo isso afeta a forma como você lida com a dor.


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Dor no parto: Parte II Preparação e Ambiente

20 de outubro de 2010 por Deborah Allen

As PREPARAÇÕES que você faz para o dia do nascimento do seu filho, bem como suas atitudes, afetam o modo como você encara essa experiência.
Você está bem preparada, se:
1. É capaz de perceber o que você quer e o que está acontecendo
2. Está mentalmente disciplinada
3. É capaz de relaxar, mesmo com o desconforto
4. É capaz de se concentrar na sua respiração e/ou manter o foco
5. Praticar o senso comum na sua gravidez, como dieta, exercício, beber água e descansar
6. Você se comunicar com os outros sobre o que você precisa
Você não está preparada, se:
1. Está fora de contato com sua própria criatividade e poder
2. Está olhando para fora de si mesma para ser resgatada
3. Está hiperativa ou completamente distraída
4. É incapaz de deixar as coisas acontecerem e confiar
5. Sua saúde está frágil
6. Não faz nenhuma mudança  em seu estilo de vida para o bem estar de seu bebê
O AMBIENTE  do nascimento é composto das atitudes e comportamentos das pessoas ao seu redor, tabus e normas culturais, estresse e o ambiente físico. Tudo isso afeta a forma como você lida com a dor.
Ter a presença de pessoas, em partos, que já tenham trabalhado com o medo da dor e que aceitam a dor como uma parte natural de uma experiência única e saudável é uma enorme contribuição para o sucesso de uma mulher no trabalho de parto. Muita simpatia e a oferta constante de analgésicos prejudicam os esforços de uma mulher para ficar em contato com o poder do nascimento e os benefícios das sensações físicas. As atitudes de outras pessoas podem ajudar ou prejudicar a gravidez. Eu fico muito feliz quando uma cliente já possui a experiência do parto normal na família, cuja mãe e avós tiveram parto natural e contam histórias com um sorriso no rosto. O conhecimento do ambiente em que vivemos e as experiências de mulheres fortes nos dão confiança e encorajamento.
O estresse físico ou psicológico também pode ser parte do ambiente de uma mulher e pode resultar em uma redução da capacidade para lidar com a dor no parto. Sob estresse, o organismo pode desenvolver condições que são verdadeiramente perigosas ou dolorosas. E, quando se está ansioso, é quase impossível de se submeter a alguma coisa. O fluxo sanguíneo para a amígdala, no centro do cérebro, aumenta com a ansiedade. Quando a amígdala recebe, mesmo que inconscientemente, sinais de que o medo foi detectado, ela envia uma corrente elétrica diretamente ao córtex anterior – região da consciência, prejudicando sua capacidade de fazer o seu trabalho.
Na próxima quarta-feira, leia a terceira e última parte do artigo: existe um objetivo da dor no parto.

Link para as postagens:
Parte I: http://blog.giselebundchen.com.br/sentido/dor-no-parto-parte-i-atitude/
Parte II: http://blog.giselebundchen.com.br/sentido/dor-no-parto-parte-ii-preparacao-e-ambiente/

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