sábado, 29 de dezembro de 2012

Viva!!! Ano Novo!!!

         
 Adoro o ano novo. Embora procure viver o hoje a cada dia, a sensação de completar um ciclo e iniciar um novo fresquinho, cheio de possibilidades, sempre me traz a sensação de capacidade de me livrar do que não serve, renovar as forças e fazer novos planos.

           Tenho o hábito de, no primeiro dia do ano, fazer uma meditação concentrada com uma agenda novinha na mão cm a finalidade de anotar as metas do ano que se inicia.
Fui amadurecendo este processo e limitando minhas metas a alguns pontos nos quais saberia que poderia me concentrar mais, ao invés de escrever tudo o que eu queria para a vida toda e me sentir frustrada.
           Com gratidão pelo ano que chega, faço um apanhado mental do que aconteceu neste ciclo que passou e olho o que anotei como metas no primeiro dia do ano anterior. É incrível como, ao olhar para as metas vejo que cumpri boa parte! A sensação é maravilhosa!

           Anoto em um rascunho as muitas coisas que gostaria de atingir na vida e vou selecionando as mais urgentes, comparando com o que já conquistei para ver também uma sequência possível e anoto umas 3 ou 4 na agenda novinha e cheirosinha.

           Vejo a vida como uma experiência passageira e uma oportunidade de crescimento que tem prazo certo. Acho que ninguém deveria perder a perspectiva de que somos seres espirituais vivendo uma experiência terrena, e não o contrário. Cada dia que acordamos é mais um presente que ganhamos, mais uma oportunidade de aprendizado e partilha. E uma oportunidade também de, com os pensamentos positivos crescentes, mudar nossa frequência vibratória e atrair melhores coisas e experiências.
            Louise L. Hay, uma grande escritora de auto-ajuda americana (e muitos outros), fala muito sobre o agradecimento como caminho para que possamos abrir nossos olhos para todos os presentes que nos passam despercebidos durante o dia. Desde um corpo capaz de se refazer e manter a saúde a cada dia, a respiração, os sentidos, cada nascer do sol que nos aquece, o vento que sopra, a terra fresca que nos alimenta e sustenta, até as pessoas que nos chegam, cada coisa que adquirimos para tornar nossa vida mais fácil, as intuições que nos guiam e nossa experiência única e mágica.

            O ano de 2013 vai começar e cada dia vai amanhecer com sua oportunidade única.
Um dia ruim vai aparecer (vários), se ele te pegarem, procuremos o agradecimento até pelo que temos que passar e que não esperávamos, oportunidades do destino de lapidação da alma e fortalecimento de propósitos.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Reflexões sobre a Igualdade

         Esse ano foi "O" ano em termos de mudanças e muitas coisas aconteceram e algumas, ou muitas, precisam ser partilhadas.
        Uma delas é a questão da igualdade.

            Encontrei esta imagem no Facebook hoje e milhares de ideias vieram à minha mente com relação a este tema. Todos somos diferentes essencialmente, únicos e especiais, no entanto, existem diferenças que nos desnivelam e é aí que surge a generosidade pela igualdade, as leis e a mudança da sociedade como um todo para que não seja uma esmola generosa, mas sim a compreensão de que, para algumas pessoas, é muito difícil realizar coisas possíveis para elas também, viver coisas que todos tem o direito de viver, sem que a diferença delas seja validada de forma desigual.
                Para um cadeirante, alguém que talvez já tenha sido um atleta ativo e que não tinha que pensar em obstáculos, andar pelas ruas é possível com cadeira de rodas, mas somente se alguém tiver tido a generosidade de pensar que, para isso, teria que mudar toda uma cidade para que as calçadas tivessem rampas e acessos. Provavelmente quem teve esta iniciativa já sofreu as consequências desta necessidade, com privações pessoais ou de alguém que amava. Este cadeirante, que antes tinha que passar o resto da vida dependendo da boa vontade alheia para que se locomovesse, agora conquistou o direito público de uma vida ativa apesar da dor e da diferença que tem que lidar para o resto da vida. Ele agora escolhe o que quer comprar, dirige, entra e sai de seu trabalho, visita amigos, vai a shows, compra seu pão quando puder e isso dá a ele ou ela a possibilidade de sentir dignidade, o que transforma a maneira como se enxerga, a maneira como vê a vida e, por consequência, como a sociedade os vê.
            Agora o que a sociedade não vê é a totalidade da diferença. Existem diversos tipos de diferenças físicas e não é porque existem leis inclusivas que o assunto se encerra. Uma sociedade é um grupo grande, mas cada deficiente ou pessoa que necessita de algum cuidado especial, vive em um grupo menor dentro de seu trabalho ou família. O mesmo cadeirante que citei acima pode ser pobre, por exemplo, e precisar que o ajudem a adaptar a casa para que tenha certa liberdade.
           Quantos tem a oportunidade de conviver com alguém que precisa de cuidados especiais ou de uma mão verdadeiramente disposta a fortalecer? Idoso, criança, deficiente, pobre, enfim, os "desiguais".Quantos conhecem as reais limitações de todo o dia?
Pois eu vou contar alguns que eu, como pessoa que foi escolhida por Deus para perder os pés em grave queimadura nessa encarnação:
         Todos os dias para tudo o que tenho que fazer preciso dosar o quanto posso fazer pois minha delicada pele queimada não suporta muito atrito e qualquer contato com próteses ou joelheiras geram atrito. Por conta disso, como já tenho que fazer muitas coisas normalmente e faço em muito mais tempo que as pessoas sem deficiência, o que faço é mentalmente rever tudo o que tenho que fazer no dia e medir o quanto poderei, mesmo minha mente conseguindo ir muito, mas muito mais longe do que meu corpo. Normalmente passo muitas horas, muitas mais do que gostaria, deitada na cama porque só assim posso ficar com as pernas esticada para não atrofiar os músculos (como já aconteceu quando fiquei em cadeira de rodas por muito tempo) e a pele respirando para curar os ferimentos constantes.
              Muitos com os quais convivo não sabem disso, pois quando saio, o que dura apenas algumas horas, não demonstro ou falo muito sobre isso, pois ninguém gosta de pena. Não estou contando isso para me queixar pois Deus me deu uma vida maravilhosa e um caminho que me fortalece e alegra a cada dia, mas para que reflitamos corretamente quanto a um tema como este.
              Outro exemplo são as leis de cotas para deficientes que garantem inclusão, visando mais pessoas produtivas e ativas na sociedade, menos gastos com pensões e benefícios e isso está certo, no entanto, estas leis levam em consideração cada caso no momento em que aquela pessoa passa a fazer parte da instituição? Pelo que sei e vivo, ainda passamos pela necessidade de humilhação degradante e mais dor para conseguir provar que nossas limitações são, por vezes, intransponíveis sem certa generosidade, flexibilidade ou apoio por parte dos outros.
           
              A sociedade está em constante evolução, leis inclusivas antes inimagináveis já fazem parte de nosso quotidiano e mudar envolve um certo desconforto positivo, indignação com o que não concordamos e generosidade para com nossos irmãos e todas as formas de vida.
              Reflitamos!