sábado, 29 de dezembro de 2012

Viva!!! Ano Novo!!!

         
 Adoro o ano novo. Embora procure viver o hoje a cada dia, a sensação de completar um ciclo e iniciar um novo fresquinho, cheio de possibilidades, sempre me traz a sensação de capacidade de me livrar do que não serve, renovar as forças e fazer novos planos.

           Tenho o hábito de, no primeiro dia do ano, fazer uma meditação concentrada com uma agenda novinha na mão cm a finalidade de anotar as metas do ano que se inicia.
Fui amadurecendo este processo e limitando minhas metas a alguns pontos nos quais saberia que poderia me concentrar mais, ao invés de escrever tudo o que eu queria para a vida toda e me sentir frustrada.
           Com gratidão pelo ano que chega, faço um apanhado mental do que aconteceu neste ciclo que passou e olho o que anotei como metas no primeiro dia do ano anterior. É incrível como, ao olhar para as metas vejo que cumpri boa parte! A sensação é maravilhosa!

           Anoto em um rascunho as muitas coisas que gostaria de atingir na vida e vou selecionando as mais urgentes, comparando com o que já conquistei para ver também uma sequência possível e anoto umas 3 ou 4 na agenda novinha e cheirosinha.

           Vejo a vida como uma experiência passageira e uma oportunidade de crescimento que tem prazo certo. Acho que ninguém deveria perder a perspectiva de que somos seres espirituais vivendo uma experiência terrena, e não o contrário. Cada dia que acordamos é mais um presente que ganhamos, mais uma oportunidade de aprendizado e partilha. E uma oportunidade também de, com os pensamentos positivos crescentes, mudar nossa frequência vibratória e atrair melhores coisas e experiências.
            Louise L. Hay, uma grande escritora de auto-ajuda americana (e muitos outros), fala muito sobre o agradecimento como caminho para que possamos abrir nossos olhos para todos os presentes que nos passam despercebidos durante o dia. Desde um corpo capaz de se refazer e manter a saúde a cada dia, a respiração, os sentidos, cada nascer do sol que nos aquece, o vento que sopra, a terra fresca que nos alimenta e sustenta, até as pessoas que nos chegam, cada coisa que adquirimos para tornar nossa vida mais fácil, as intuições que nos guiam e nossa experiência única e mágica.

            O ano de 2013 vai começar e cada dia vai amanhecer com sua oportunidade única.
Um dia ruim vai aparecer (vários), se ele te pegarem, procuremos o agradecimento até pelo que temos que passar e que não esperávamos, oportunidades do destino de lapidação da alma e fortalecimento de propósitos.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Reflexões sobre a Igualdade

         Esse ano foi "O" ano em termos de mudanças e muitas coisas aconteceram e algumas, ou muitas, precisam ser partilhadas.
        Uma delas é a questão da igualdade.

            Encontrei esta imagem no Facebook hoje e milhares de ideias vieram à minha mente com relação a este tema. Todos somos diferentes essencialmente, únicos e especiais, no entanto, existem diferenças que nos desnivelam e é aí que surge a generosidade pela igualdade, as leis e a mudança da sociedade como um todo para que não seja uma esmola generosa, mas sim a compreensão de que, para algumas pessoas, é muito difícil realizar coisas possíveis para elas também, viver coisas que todos tem o direito de viver, sem que a diferença delas seja validada de forma desigual.
                Para um cadeirante, alguém que talvez já tenha sido um atleta ativo e que não tinha que pensar em obstáculos, andar pelas ruas é possível com cadeira de rodas, mas somente se alguém tiver tido a generosidade de pensar que, para isso, teria que mudar toda uma cidade para que as calçadas tivessem rampas e acessos. Provavelmente quem teve esta iniciativa já sofreu as consequências desta necessidade, com privações pessoais ou de alguém que amava. Este cadeirante, que antes tinha que passar o resto da vida dependendo da boa vontade alheia para que se locomovesse, agora conquistou o direito público de uma vida ativa apesar da dor e da diferença que tem que lidar para o resto da vida. Ele agora escolhe o que quer comprar, dirige, entra e sai de seu trabalho, visita amigos, vai a shows, compra seu pão quando puder e isso dá a ele ou ela a possibilidade de sentir dignidade, o que transforma a maneira como se enxerga, a maneira como vê a vida e, por consequência, como a sociedade os vê.
            Agora o que a sociedade não vê é a totalidade da diferença. Existem diversos tipos de diferenças físicas e não é porque existem leis inclusivas que o assunto se encerra. Uma sociedade é um grupo grande, mas cada deficiente ou pessoa que necessita de algum cuidado especial, vive em um grupo menor dentro de seu trabalho ou família. O mesmo cadeirante que citei acima pode ser pobre, por exemplo, e precisar que o ajudem a adaptar a casa para que tenha certa liberdade.
           Quantos tem a oportunidade de conviver com alguém que precisa de cuidados especiais ou de uma mão verdadeiramente disposta a fortalecer? Idoso, criança, deficiente, pobre, enfim, os "desiguais".Quantos conhecem as reais limitações de todo o dia?
Pois eu vou contar alguns que eu, como pessoa que foi escolhida por Deus para perder os pés em grave queimadura nessa encarnação:
         Todos os dias para tudo o que tenho que fazer preciso dosar o quanto posso fazer pois minha delicada pele queimada não suporta muito atrito e qualquer contato com próteses ou joelheiras geram atrito. Por conta disso, como já tenho que fazer muitas coisas normalmente e faço em muito mais tempo que as pessoas sem deficiência, o que faço é mentalmente rever tudo o que tenho que fazer no dia e medir o quanto poderei, mesmo minha mente conseguindo ir muito, mas muito mais longe do que meu corpo. Normalmente passo muitas horas, muitas mais do que gostaria, deitada na cama porque só assim posso ficar com as pernas esticada para não atrofiar os músculos (como já aconteceu quando fiquei em cadeira de rodas por muito tempo) e a pele respirando para curar os ferimentos constantes.
              Muitos com os quais convivo não sabem disso, pois quando saio, o que dura apenas algumas horas, não demonstro ou falo muito sobre isso, pois ninguém gosta de pena. Não estou contando isso para me queixar pois Deus me deu uma vida maravilhosa e um caminho que me fortalece e alegra a cada dia, mas para que reflitamos corretamente quanto a um tema como este.
              Outro exemplo são as leis de cotas para deficientes que garantem inclusão, visando mais pessoas produtivas e ativas na sociedade, menos gastos com pensões e benefícios e isso está certo, no entanto, estas leis levam em consideração cada caso no momento em que aquela pessoa passa a fazer parte da instituição? Pelo que sei e vivo, ainda passamos pela necessidade de humilhação degradante e mais dor para conseguir provar que nossas limitações são, por vezes, intransponíveis sem certa generosidade, flexibilidade ou apoio por parte dos outros.
           
              A sociedade está em constante evolução, leis inclusivas antes inimagináveis já fazem parte de nosso quotidiano e mudar envolve um certo desconforto positivo, indignação com o que não concordamos e generosidade para com nossos irmãos e todas as formas de vida.
              Reflitamos!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Não dê apenas amor aos seus filhos

Educar filhos é das tarefas mais intensas e incertas que podemos experimentar. Intensa por ser diária e constante, e incertas porque nunca sabemos ao certo se estamos acertando na hora que corrigimos, só saberemos tempos depois, com o caráter mais consolidado dos filhos. Até lá, nos resta fazer o melhor que pudermos, com esperança de que nossos erros no percurso causem menos estragos possíveis.
Recentemente assisti a uma palestra que falava sobre ser mãe e educação de filhos. O palestrante, Edilmar, com muita sabedoria, falou às mães que não apenas amassem seus filhos. Curioso, não é?
A nova geração de mulheres ocupadas e muito produtivas e pais separados está gerando um fenômeno crescente de filhos muito amados, supridos e... curiosamente, estragados. 

Uma tristeza pensar que a liberdade feminina além da possibilidade de, com duas pessoas gerando renda para a casa, famílias mais prósperas financeiramente estejam favorecendo crianças e adolescentes mal criados. Também é triste pensar que a liberdade dos casais de escolherem viver o que bem entendem, mesmo que seja viver com outra pessoa e não viver mais no mesmo teto que os filhos, proporcione distúrbios na intimidade difíceis de equilibrar. 
Criar filhos exige TEMPO PERTO, não é apenas tempo de qualidade (o que também é bom, claro), não o tempo que tem, mas TEMPO MESMO e dedicação, muita dedicação, e dedicação com energia, por vezes dizendo e fazendo o que sabemos não ser exatamente amoroso, mas para o bem deles, repreendendo e amando, em um equilíbrio como se as crianças fossem um pêndulo que oscila entre o bem e o mal e, bem no meio, há um caminho que, em seu coração de pais, guiada pelo que acredita, será o melhor para eles e vocês se cansam de um lado para o outro, repreendendo de um lado e validando do outro, até que, com esperança e fé, esta pessoa ainda oscilante pelos aprendizados, firme seu caminho naquele orientado por seus pais com amor, energia e fé.
Um equilíbrio delicado, pois nós mesmos trazemos nossas dificuldades e incapacidades (e por isso os filhos são uma grande chance de nos tornarmos pessoas melhores), mas possível e que também é possível ser trilhado com naturalidade: faça o seu melhor.

Amar demais afrouxa os valores - uma vez que na falta de condução diária e constante, presença e atenção dos pais, as possibilidades e exemplos diante dos filhos é enorme. Sem serem repreendidos, não saberão o caminho correto e terão que aprender na vida, sofrendo fora de casa pelo que não foram moldados no lar, ainda mais com internet no quarto e passando a maior parte do tempo com pessoas não comprometidas com o caráter deles.
Repreender demais afasta dos valores - repreender demais tira o elemento de atração. Pais que repreendem muito, ficam muito "em cima" dos filhos, não validam e não equilibram a necessidade de corrigir e orientar com o exemplo de que aquela repreensão os tornará pessoas melhores e mais amorosas, como você, faz com que os filhos acreditem que o melhor é ser exatamente o contrário daquilo.
Sempre vale a pena o empenho em ser melhor. Os frutos de uma família que teve pais presentes, firmes, amorosos e que cresceram interiormente junto com seus filhos, é maravilhoso e se estende por todos aqueles que entram em contato com estas pessoas. Pode ter certeza de que dá trabalho, mas eu sou da teoria de que dá muito mais trabalho ter filhos que entram em drogas, egoístas demais para cuidarem dos pais na velhice porque não aprenderam a se doar e partilhar, ou filhos sequelados psicologicamente por não conseguirem lidar com a frustração ou não terem sido amados.

Claro que a tarefa de ser pais não é uma cartilha pronta, e não temos controle de tudo, além de nossos filhos virem com personalidade e inclinações que nem sempre são o que gostaríamos, mas que vale a pena tentar, eu acredito que sim.

Boa sorte para todos nós!

sábado, 28 de abril de 2012

Reflexões a partir do filme Milk

Acabo de assistir ao fillme "Milk", que relata a história real do político e ativista gay Harvey Milk. Um relato comovente, filme excelente e uma visão maravilhosa do mundo da perspectiva do ativista e dos gays. Não gosto de me referir a ninguém como um grupo, "os gays", "os goianos", "os católicos", "os deficientes"... para mim todos nós somos únicos, mágicos, vivendo em um mesmo planeta e no mesmo barco de dificuldades, crescimento e encantos, mas usei o termo por conta do filme.
O filme despertou em mim reflexões diversas a respeito de pessoas que, como eu, encontram-se em menor número de semelhantes na sociedade e sobre a dificuldade que é conseguir se fazer ver como igual e, ainda assim, com necessidades diferentes.
Hoje passei por uma experiência única: há anos uso muletas (uma ou duas) para me locomover por conta de uma prótese à qual não me adaptei e uma pele de coto delicada por conta da queimadura que sofri na infância e me fez perder os dois pés. Recentemente, com as bênçãos de Deus e milagres da tecnologia, consegui novas próteses pelo SARAH, às quais, na atual condição que me encontro financeiramente, jamais poderia custear. Tenho ido treinar semanalmente e estou experimentando novamente a liberdade de não precisar das muletas. Inenarrável liberdade e plenitude para mim, pois isso também significa que não estou sentido dor ao andar, o que muda completamente tudo à minha volta.
Bem, há anos, portanto, para onde vou enfrento a mesma dificuldade de andar com dor e o desconforto de caminhar com muletas, visivelmente portadora de deficiência física e necessidades especiais.
Hoje fui a diversos lugares sem as muletas e com um andar mais perto do "normal". O que não esperava, sinceramente, era notar uma diferença real na maneira como as outras pessoas lidariam comigo! Foi uma experiência curiosa... senti diversas pessoas com as quais convivo diariamente (com quem não convivo também) lidarem de forma diferente comigo, não sei bem explicar ainda, pois é muito recente, mas era como se agora eu fizesse um pouco mais parte de seu mundo, senti-me incluída, claro, o que é um bom sentimento, mas me fez refletir também sobre a questão da exclusão com a qual lidava de forma velada diariamente... e sei que com uma pessoa gay, exceto entre gays, também é assim.
Todos, pelo menos a maioria, tratamos todos com carinho e compreensão, mas não percebemos como, secretamente, de forma velada, deixamos que questões físicas e preferências sexuais nublem relações mais profundas com pessoas diferentes de nós. Claro, todos temos preferências, e não estou instigando nenhum espírito de constrangimento, o que seria ainda mais falso, ninguém gosta de todo mundo, mas deixo a reflexão para quem deixa de se aprofundar na relação com alguém gordo, gay, deficiente, religioso, mundano, ou de outra nacionalidade porque contém obstáculos sociais ou físicos, mesmo adorando aquela pessoa, merece atenção.
Sim, se relacionar com deficientes faz com que tenha que ajudá-los nos obstáculos físicos de sua vida; Sim, relacionar-se com gays significa enfrentar olhares preconceituosos de quem não sabe nada da amizade profunda que os une, e por aí vai, mas que relações verdadeiras não têm preço e que todos deveríamos ter direito a esta profundidade de relacionamento, enquanto ainda pulsamos, ah, isso com certeza!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Do diálogo à ação... uma ponte e tanto!

    Me considero uma pessoa com alguns porcento de prática ecológica a mais que a maioria das pessoas com quem convivo e, nem se fala, das superurbanas. Mas estou longe de contribuir de verdade para um planeta melhor. Digo isso quase que como um diálogo comigo mesma, na tentativa de acionar em mim e, quem sabe em você também, mais atitudes em prol de um planeta que não devia ser separado de nós, afinal, nós e o planeta somos um e o planeta é ainda mais importante pois, em essência, ele sobrevive sem nós (e muito melhor, talvez...) mas nós e muitas gerações de nós não sobreviveríamos minutos sem o básico ar.
    Entramos no planeta cheios de propriedade, de sentimento de posse e direito de uso, e consideramos uma opção cuidar ou não cuidar, proteger ou não proteger, e é aí que acho que mora o maior dos enganos! Como é que achamos que é uma opção não fazer de tudo para que as melhores práticas sejam consideradas por todos a única opção? Somos como uma praga que se espalha, se formos analisar o planeta como um organismo vivo que é, uma praga que consome até matar. Credo.
    Todos nós participamos de um sistema que distanciou o máximo possível o ser humano do natural, seja através do uso de um simples sabonete até ao consumismo de muito mais que devíamos.
    Mas seguimos considerando opcional lavar louças com detergentes super tóxicos e práticos e usar sabão em barra menos poluente. Tudo deixa rastros, tudo deixa embalagens e destrói basicamente desde a coleta da matéria-prima, um horror.
    Agimos diante de paradigmas: se em uma determinada época era lindo fumar, hoje é feio e quem fuma enfrenta olhares como "que horror, como pode gostar de se destruir assim". A conscientização traz informações que não tínhamos antes, mas com tanta informação, ainda há a opção de fumar ou não, e dane-se os outros, o planeta, você mesmo e a indústria tóxica de cigarros! Sou também dono deste planeta e faço o que quiser, não vou ficar por aqui muito tempo mesmo...
    O grande paradigma agora é a liberdade e a felicidade, individual em primeiro lugar, claro, e a margem de deturpação é grande pois a mensagem essencial disso deveria ser: seja livre para ser o mais feliz possível, mas com consciência. É impossível ser feliz sozinho, o planeta e nós somos um, então a compreensão do conceito de felicidade deveria passar pela compreensão de que não há como ser feliz sem devolver a quem nos proporciona a felicidade de estarmos vivos, estendendo aos seres humanos que partilham a existência conosco - uma felicidade completa.

E se eu não puder fazer tudo, espero conseguir fazer tudo o que puder. E que Deus me dê forças para não me acomodar diante de mudanças possíveis! Vamos?

terça-feira, 17 de abril de 2012

Fala demais por não ter nada a dizer...

Pessoas queridas me dizem o quanto gostam de meu blog e que aguardam novas postagens. Fico super feliz com isso, lisongeada, claro, mas principalmente satisfeita porque o que eu disse teve sentindo na vida de alguém, é essa a intenção.
No facebook vejo muitas pessoas postando, postando e postando diversas vezes no dia em uma ânsia de se comunicar, quase um desespero caótico por atenção ou uma catarse de comunicação desmedida que cansa quem vê. Sinceramente, não tenho exatamente nada contra ninguém ou nada que desejem postar, liberdade é essencial, mas me remete ao ponto que quero chegar: falar demais, postar demais, sem ter nada a dizer é vazio e desnecessário, pelo menos para o que quero aqui.
Embora eu deseje ter sempre muito a dizer, e tenho, existem momentos que me tiram as palavras, momentos de reflexão e introspecção que precisam de tempo... de maturação e observação. Estou em um momento destes.
Não gosto de mim assim... quase deprimida, introspectiva e pensativa... mas a experiência prova que os momentos de crescimento envolvem mudança e estou enfrentando diversas mudanças, tanto emocionais quanto de vida mesmo. Com o tempo, apesar do desconforto, aprendi a reconhecer que depois de toda fase "difícil", sempre aprendemos algo, algo criativo surge e uma mudança maior e melhor e é preciso aceitar este tempo para que os bons frutos apareçam e não seja só um "sujar de águas calmas". O caminho natural é realinhar-se.
Aprendemos com os erros, com os acertos e com as tentativas de acerto também, tudo leva ao crescimento e o efeito dominó afeta todos à nossa volta (com uma pitada de esperança, positivamente).

terça-feira, 3 de abril de 2012

Como Estudei e passei em meu primeiro concurso público

Embora este não seja o assunto que costumo abordar no blog, muitos amigos que estudaram, como eu, precisaram de um emprego estável para continuarem escrevendo e criando com mais liberdade, sentindo que seus filhos estão mais amparados financeiramente, me perguntam como consegui passar, se é difícil e tal. Como digo no tema do blog, "...e o que mais tocar nossos corações" e acho que todo caminho que trilho é sagrado pois faço com entrega e amor. Em respeito aos que me pediram, abri espaço para orientar sobre como passei, minha rotina de estudos e orientações.


Todos que estudam para concurso passam pelo mesmo dilema: como me organizar?
Um bom programa de estudos, que leve em conta o tempo que dispomos e as matérias a serem estudadas é um dos segredos para passar. 
Eu comecei minha trajetória de concurseira do zero e sozinha. Eu, Deus e a Internet. Realmente não sabia bulhufas sobre como estudar, o que eu iria enfrentar e, ainda por cima, não estudava há mais de 15 anos.
Mãe de cinco filhas, sem grana, com empregada somente meio período e com uma deficiência física que me impedia de agilizar boa parte das coisas que facilitariam a liberação de tempo para me dedicar, o que fazer?

O que eu tinha, de fato, era motivação. Minha motivação era minha família, que precisava, de uma vez por todas, de uma estabilidade financeira e, sem formação que me proporcionasse outros caminhos e despesas maiores que a profissão de autônoma me proporcionava, o concurso público me pareceu o caminho mais sensato a seguir, ainda que não pudesse ter certeza de que iria passar, eu teria que tentar, e com todas as minhas forças, pois não poderia ficar muito tempo estudando.
Eu sabia que muita gente estudava por anos para concurso e isso me amedrontava, lógico. Por isso deixei todas as atividades paralelas, comprei uma apostila para o INSS e separei, inicialmente, 2 horas para estudar. O edital estava para sair a qualquer momento, mas só saiu um ano depois disso.
Filhos são movidos por ritmos, no início elas estranham a nova rotina mas, com o tempo, passam a respeitar. O importante é fazer a mesma coisa todos os dias, organizando o tempo para eles também. Há dias em que fica caótico, normal, mas no outro dia eu começava tudo de novo.

Bem, ao começar a ler a apostila, fiquei desesperada. Não entendia nada! Depois de uma semana tentando, sem muito sucesso, decidi procurar um curso online. Paguei e, embora não tenha gostado muito, foi importante para o processo de organização. Comecei a ler blogs, passagens de livros e depoimentos para me orientar melhor. Lia Salgado, Hugo Goes, Ate Passar, todos!
Como estava sozinha, o blog Ate Passar foi essencial para entrar em contato diariamente com quem estava na mesma que eu. Ali fiz amigos de verdade, tive um grupo que motivava um ao outro constantemente e pratilhava desafios, desabafos, dúvidas e dicas.
Comecei estudando 2 horas, como disse, fui aumentando para 3, depois para quatro, passei um bom tempo estudando 6 horas por dia, 7, 8 e, após o edital, estudava entre 8 e 10 horas por dia. Me dividir era um desafio, mas me sentia tão motivada, tão positiva e confiante, que gostei  muito de todo o processo. Sou uma pessoa melhor, mais organizada, mais positiva e com mais auto-confiança.

Tudo foi importante mas, em resumo, gostaria de partilhar a essência do que funcionou melhor para mim:

Primeiro de tudo: confie em você mesmo. Mantenha sempre um pensamento positivo, escreva diversos papeizinhos coloridos com frases que te motivam e coloque em seu espaço de estudos. Eu costumava postar quase diariamente no Ate Passar a frase: “Menos um dia para a posse” e eu realmente sentia isso.
Em segundo lugar: escolha UM concurso. Ao escolher, verá pelo edital anterior as matérias que caíram, provavelmente serão as mesmas.

Terceiro: faça um plano de estudos. Esse tópico é a chave.

Antes do edital: Seja realista quanto ao seu tempo para estudos. Ao verificar quanto tempo tem para estudar, terá que dividir cada matéria por prioridade. No início conseguirá estudar menos, é normal. No edital anterior aparecem quantas questões por matéria e qual o peso de cada uma delas na prova. É importante também frisar as matérias que mais tem dificuldade, pois estas, fatalmente serão mais difíceis assimilar.
Pegue um papel ou arquivo de computador e digite as matérias a serem estudadas. Divida o tempo como orientei, por exemplo, se tiver duas horas, separe uma hora para as matérias principais (no meu caso – direito previdenciário e português) e a outra hora divida entre as matérias secundárias. Se precisar de mais tempo em uma matéria, separe um sábado para vê-la por mais tempo, por exemplo, mas por experiência, o melhor é ver todas as matérias todos os dias.
Fins-de-semana são para descanso, mas pode separar metade de um sábado e até o sábado todo para estudar uma matéria com mais dificuldade, mas eu separava para fazer exercícios, de acordo com o tempo de divisão das matérias que usei para a semana. Como diz a Lia Salgado: concurso é maratona, não corrida de obstáculos.
Durante todo o processo dos estudos é muito importante ter pedaços de papel que serão chamadas fichas-resumo para ir marcando tópicos importantes da matéria estudada. Uma vez por semana, volte neles e dê uma lida. Também pode colar na parede vários destes, bem coloridos, para ler ao estudar uma matéria.
Mais para o final dos estudos, já estava mais madura, a melhor forma de organizar os estudos para mim foi fazer duas tabelinhas bem simples: uma com a divisão das matérias por hora, seguindo diariamente, e outra com o que estava estudando em cada matéria. Foi o que funcionou melhor.

Essa tabela abaixo foi a que estudei para o Senado após o edital – as matérias em vermelho eram as de maior peso, matérias em azul para as de peso secundário. A tabela com “1ª, 2ª” eram as horas de estudos. Usei-a por uns 20 dias, já que tinha pouco tempo.

MANHÃ
Café da manhã e orientação das pequenas
1h – 7 às 8h
Português
2ª 
1h – 8 às 9h
Direito Previdenciário
1h – 9 às 10h
Direito Previdenciário
1h – 10 às 11h
Direito Previdenciário
1h – 11 às 12h
Direito Previdenciário
INTERVALO – banho pequenas, almoço, pão, descanso
TARDE
1 h – 2 às 3h
Informática – só questões voltando na teoria
1h – 3 às 4h
Exercícios de Direito Previdenciáiro
1h – 4 às 5h – meia hora cada de exercícios voltando na teoria
Direito Administrativo
8112
1h – 5 às 6h – meia hora cada de exercícios voltando na teoria
Ética
Constitucional
NOITE
10ª
1h – só exercícios voltando na teoria
Questões


Racicínio lógico
11ª  
1h - 8 às 9h
Questões
12ª
1h – 9 às 10h
Questões



Matéria

O que estou estudando

Lembrar

Português
Entender predicativo e ler redação oficial
Última semana só exercícios.
Específica
Aula 13 - pág 4

Aula  18

Direito Constitucional
Terminar constituição, art. 70 a 75
Áudio de direito const. 06 – 14min
Direito Administrativo
Ler tabela de prazos da 8666

8112
Giuliano Menezes – EXERCÍCIOS 2, 15 MIN – re-ler parte de rito sumário e penalidades.

Ética
Estudando o arquivo ética 15 min – PÁGINA 15
Questões 15 min
Ler art 116 da 8112 e comparar com os deveres do código de ética
Informática
Continuar revisão pelo caderno de flor
Revisando...
Raciocínio Lógico
AULA 4, pág 8





Além dessas, mantinha uma tabela estilo calendário para ir marcando e acompanhando quantos dias faltavam, dias que tinha compromisso, para não me perder no tempo.
Havia matérias que eu não entendia bulhufas mesmo após estudar muito e é aí que as vídeo-aulas entram. Sou super grata à equipe do Eu Vou Passar, com excelentes professores e materiais. Possuem cursos maravilhosos, sabem o que estão fazendo e o preço é acessível. Dá pra acompanhar um curso completo de alguma matéria ou assistir só o que tem dúvida.

Após o edital:
Tire quantos dias forem necessários para estudar o edital. Leia-o minuciosamente, marque o que achar importante, agende as datas... depois pegue as matérias que irão cair e cole em um arquivo em Word. Nomeie o arquivo e comece o trabalho de separação.
Cada matéria vá decompondo (um tópico abaixo do outro como no exemplo):
LÍNGUA PORTUGUESA
Leitura e análise de textos.
Estruturação do texto e dos parágrafos.
Articulação do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores sequenciais.
Significação contextual de palavras e expressões.
Interpretação: pressuposições e inferências; implícitos e subentendidos.
Variedades de texto e adequação de linguagem.
Equivalência e transformação de estruturas.
Discurso direto e indireto.
Sintaxe: processos de coordenação e subordinação.
Emprego de tempos e modos verbais.
Pontuação.
Estrutura e formação de palavras.
Funções das classes de palavras.
Flexão nominal e verbal.
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação.
Concordância nominal e verbal.
Regência nominal e verbal.
Ocorrência de crase.
Ortografia oficial.
Acentuação gráfica.
Redação Oficial (Manual de Redação da Presidência da República e Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal).

Isso é apenas um exemplo: vá decompondo os pontos da matéria e marcando – vermelho para o que não sabe ou nunca viu, amarelo para o que já tem noção e verde para o que já sabe.
Durante os dias que antecedem a prova vá seguindo seu cronograma de estudos dando preferência ao que nunca viu até que todos estejam verdes. Quando já tiver visto tudo, foque em exercícios diariamente, voltando na matéria após cada exercício para firmar.

Nas últimas semanas até a prova é hora de fazer muitos exercícios e se lembrar do que teve mais dúvida de acordo com a banca de seu concurso. Isso você vai pegando o jeito com o tempo, mas é super importante também pegar o jeito com a banca. Sugiro demais o site Questões de concurso.
Na última semana também, revi todas as fichas resumo ponto por ponto.
Eu relaxei antes da prova. O dia anterior foi de completa paz, alegria, bons momentos e sono merecido.
O mais difícil, sem dúvida, nesta trajetória foi manter a motivação, pois é um processo isolado, que poucos compreendem e que é um desafio contra você mesmo e a seu favor.

No dia que vi meu nome na lista dos aprovados, ainda em primeiro lugar, confesso que sensação foi de alívio indescritível, tanto pela conquista quanto por não ter mais que estudar. Adorei todo o processo de estudos, mas claro que é um processo no mínimo intenso, uma fase necessária que passou, foi um ano de minha vida dedicada inteiramente aos estudos. Mesmo tendo sido para vagas especiais, o nível da concorrência foi alto e é um concurso federal, o mérito é o mesmo para mim!
Desejo esta sensação para você que, como eu, precisou e conquistou. O o futuro a Deus pertence e a quem se empenha em busca de seus objetivos, com fé, entrega e amor!