sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vida sem empregada e com sanidade!

Viver sem Empregada - ou quase...

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A idéia glamourosa de ter alguém a nossos serviços que nos faça poder nos abster das enfadonhas e repetitivas tarefas diárias, deixando-nos livres para descansar após o trabalho, curtir os filhos e os maridos, viajar e viver acima dessas questões quotidianas permeia o imaginário de praticamente todas as mulheres, pelo menos o meu eu garanto!

No entanto, a realidade passa longe disso.
Mesmo que você tenha o dinheiro para ter alguém a seus serviços em casa, vai se deparar com a insatisfação por um ou outro motivo. Primeiramente porque o mundo mudou e a própria empregada não se vê mais como uma cuidadora, mas como alguém que presta serviços pelo menor valor que poderia conseguir, participando de uma condição financeira diariamente muito superior à sua, sem desfrutar dela, por mais da família que ela se torne; em segundo lugar porque, como já dizia a frase "quem quer faz, quem não quer manda", ninguém jamais cuidará de sua casa e de suas coisas do jeito que gosta ou com o carinho que esperaria (e olha que já tentei muitas vezes e já vi muita gente tentando... se conseguir, me conte!).

O que posso contar é minha experiência:
Obviamente que, com cinco filhas, sem os pés, ter empregada para mim era algo considerado impensável, uma questão de sanidade mental. Mantive uma empregada morando aqui conosco (sou muito grata por ela), realmente parte da família, mas por mais que eu me empenhasse em ensinar, orientar, falar com carinho ou mais firme, a sujeira, desleixo e descuido brotavam de todos os cantos, mesmo ela trabalhando o dia inteiro sem parar. E isso me incomodava. Passo o dia todo em casa, claro que uma casa limpinha, arrumada e cheirosinha para mim é importante, sem neurose, claro, mas algo que sempre foi uma meta (e que parecia longínqua, por mais que me empenhasse).
A vontade de me organizar mais, orientar melhor minhas filhas para nos unirmos foi crescendo em meu coração, juntamente com o medo de tirar a empregada e enlouquecer, claro.
Bem, resultado, tirei. Um belo dia, depois de mais uma conversa "com a parede" sobre como eu gostaria das coisas, sem mudança nenhuma, conversei com ela, alegando a dificuldade em pagá-la todos os meses, e ela se foi. Percebi que ela também já queria sair, normal.
E AGORA?????
Bem, puxei todas as minhas forças ancestrais, todos os conhecimentos e aprendizados, toda a maturidade e coragem e, primeiramente, me empenhei em deixar tudo como eu queria durante semanas. Tirei os excessos, dividi tarefas entre a família dentro da disponibilidade e capacidade de cada um e, enquanto não deixei tudo do jeitinho que sempre quis, não sosseguei! Sem teias de aranha, sem coisas socadas, sem roupas que não uso, sem potes sem tampa na cozinha (todo mundo sabe o que é isso) e sem sujeira.
Se deu trabalho, claro!
E agora? Bem, depois disso começou o treinamento familiar continuado. O dinheiro que ia para a empregada foi subdividido em uma mocinha filha de minha vizinha para me ajudar metade do dia com as crianças e alguma coisa que minha capacidade física não permite (continuo fazendo as coisas com ela lá), e entre as meninas, não como pagamento, mas para partilhar algo entre a família, já que estamos unidos. No começo, todos já habituados a serem servidos, embora eu sempre tenha incentivado a colaboração e manutenção, foi um pouco difícil, mas em cerca de 4 semanas, todos estávamos vendo como estava se tornando fácil e como tudo estava passando a ficar mais organizado, sem que fosse necessário ficar horas fazendo isso, o que acabou trazendo mais ordem, harmonia e união.
Atualmente estamos na fase na qual cada um sabe o que tem que fazer e eu coordeno as crianças lembrando-as do que precisam fazer, sem a necessidade constante de brigar ou me chatear (claro que nem sempre...). Foi difícil, confesso, mas eu e o George insistimos , pois viámos que estávamos conseguindo coisas que queríamos faz tempo, como união familiar, ensinar valores importantes para nossas filhas e sermos mais organizados.
Minha mãe, minha avó e minha madrasta são exemplos em organização para mim. Minha mãe pela capacidade de organizar rapidamente e com eficiência, minha avó por conseguir ter rotina inquebrável e minha madrasta por saber manter o que é necessário e dispensar o supérfulo. Minha avó sempre me repetia a seguinte frase: "O importante é ter método". Sim, eu compreendia a frase, mas como seria isso na vida prática? Eu te digo agora que sei: levante-se no mesmo horário todos os dias, faça o que tem que ser feito até o fim, todos os dias (essa é a parte difícil) e saberá bem o que é conseguir, sem muita dificuldade, ter tudo no lugar e do jeito que gosta, sério.
A verdade é que fazer uma vez todos conseguem, mas manter é o grande segredo. Depois de uma grande faxina é perfeitamente possível criar uma rotatividade nas quais as tarefas grandes se diluem em várias pequenas e fica bem fácil. E olha que quem está falando é uma mulher sem os pés e com cinco crianças circulando diariamente pela casa, que trabalha, estuda e mantém este blog.

Algumas dicas que funcionaram para mim, use se quiser:

Acorde cedo e inicie as arrumações cedo - eu sempre morri de preguiça de acordar cedo, mas quando decidi que isso era uma condição muito importante para que minha vida desse certo, depois de 1 mÊs de despertador acostumei-me e agora adoro. A sensação de ter terminado tudo às 9 da manhã é ótima, tem o dia pela frente!
Mantenha o ritmo - se começar a acordar cedo e ter uma rotina e quebrá-la por mais de 3 dias, já era, parece que está começando do zero e a sensação é de que não funciona ou não adianta. Se tiver alguém para ajudar, como uma faxineira, não se encoste, continue seu ritmo e faça o que ela não irá fazer, sem neuras, mas mantendo o ritmo.
Divida as tarefas com todos da casa - mesmo que exija uma certa chatice inicial, ninguém fica feliz em ser escrava de ninguém (e é essa a sensação mais frustrante que uma mãe ou esposa sente ao ter que cuidar de tudo). É um favor que faz a todos ensinar a serem gente. E dê o exemplo.
Cozinha - essa parte é foda. Ordem total da casa, usou, lavou. Sempre deixar a cozinha limpa após usar, depois que acumula são horas arrumando e é todo dia! Eu encontrei solução para cozinhar fazendo maior quantidade e congelando, menos nutrientes mas mais praticidade. Quando vou cozinhar sempre tem algo já pronto. Por exemplo: tenho que cozinhar feijão, já cozinho um quilo, daí nos próximos 3 dias não penso em cozinhar feijão, só esquentar e jogar uns temperinhos. Pães: como aqui fazemos questão de ter pães caseiros, faço uma fornada grande na semana e congelo-os, sujo a cozinha somente uma vez e fica super fácil.
Nunca saia deixando a casa em desordem - sempre que vamos sair, mesmo que por alto, nos unimos em uma corrida catando as coisas e deixando a casa melhor, é frustrante chegar cansado em casa e estar uma baita desordem, fora que ao sair no dia seguinte costumamos estar todos exaustos.
Limpe duas vezes por dia - Normalmente a casa é organizada  pela manhã. No fim do dia, antes de tomar banho, vale a pena dar uma catada no que está espalhado, lavar a louça e passar uma vassoura. É outra coisa acordar com a casa mais organizada, dá um ânimo bem melhor para o dia.
Tire o seu tempo - isso não deve ser neurótico e nem exaustivo, o ritmo dá tempo para tudo e um tempo para você, sem nada nem ninguém é obrigatório, eu faço isso.
Use a organização para curar depressão - tem dias que eu acordo prá baixo total, e descobri que, se saio arrumando as coisas, vou me distraindo, queimando calorias e, quando vejo, minha mente se organizou junto com a casa, santo remédio!

Tem outro blog ótimo sobre isso: http://bbel.uol.com.br/

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