domingo, 23 de novembro de 2014

Reflexões sobre filhos e pais

Ser pais é algo que assusta, que assola, que nos toma de jeito.
De repente, existe alguém que precisa de nós para sobreviver em todos os aspectos. Assustador e surpreendente!
No caminho, tropeçamos milhares de vezes, milhares. Incontáveis mesmo. Nos deparamos com o mais lindo e o mais negro em nós, e não sabemos ao certo o que vão colher disso, que traumas estamos causando e quais coisas se tornarão as memórias felizes, não sabemos... e isso é ainda mais assustador.
Quando estão pequenos, ainda é fácil fazer de conta que não importa muito como agimos, desde que os abracemos no fim do dia e nada falte a eles, mas, quando crescem, começamos a ver algo confuso, algo entre "será que eu passei isso a eles" e "quem é esta pessoa", tudo de mais brilhante e mais sombrio aparece, e não sabemos, pelo menos eu não sei, o que disso foi "culpa" nossa ou da sociedade, ou deles mesmos com suas escolhas e livre arbítrio de direito.
Estou com filhas adolescentes. Me deparando com uma intensidade enorme de sentimentos, hormônios, medos e coragens.
Mais uma vez volto a ter certeza de que o autoconhecimento é a melhor das ferramentas.
Digo isso porque, em última instância, não podemos pedir a ninguém o que não somos e, ainda mais profundo, oferecer o que não somos. 
Acabo de assistir a um filme muito bom, que não encontrei em português, de Dr. Wayne Dyer, guia espiritual. O filme se chama THE SHIFT (A MUDANÇA). Ele diz que não atraímos o que desejamos, atraímos o que somos. E isso é grandioso!
Lidar com as pessoas nos dá muita noção de nosso caos interno, pois em última instância, a reação nossa é o que nos afeta, sempre. O que chega só causa impacto profundo ou duradouro se reagimos com a mesma intensidade. 
Com os filhos não poderia ser diferente. 
E o autoconhecimento se torna, de verdade, essencial. Porque somente seres humanos dedicados a se melhorarem, não deixando de errar, não sendo perfeitinhos, mas buscando, de coração, com sinceridade, humildade, capacidade de perdão e de pedir desculpas, com capacidade de corrigir as rotas erradas, de fazer escolhas melhores, de cuidar de seus pensamentos, de ir caminhando passo-a-passo, a cada dia, para além do egoísmo, do medo, da falta de amor, rumo à felicidade com paz interior podem colher resultados diferentes.
Nessa busca, seremos não apenas pessoas melhores, mas pais melhores, exemplos melhores a serem seguidos e Co-Criadores no planeta, como Deus planejou lá no início.
Um conselho? Não procure ser uma mãe ou um pai melhor, procure ser uma pessoa melhor, como um todo, e a boa mãe e pai aparecem, ainda que o caos opere em boa parte do tempo.



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