Por alguns meses, logo após, finalmente, tirar minha tão sonhada carteira de motorista e adaptar nosso gol vermelho, dei aulas de arte com o método “Desenhando com o Lado Direito do Cérebro” em Corumbá de Goiás. Eu ia todas as semanas dar aulas. Acabei conhecendo diversas pessoas da cidade, fazendo amigos especiais.
A professora de minha filha mais velha, que se chama Miriam, foi uma dessas pessoas e acabei visitando-a algumas vezes, conhecendo sua família e mãe, uma senhora especial.
Como paralelamente também produzia minha arte e, na época, pintava quadrinhos em pedra Pirenópolis, dei de presente de aniversário para Miriam um quadrinho com um sol, céu e uma casinha.
O tempo passou, o curso terminou e muitas águas rolaram. Perdi o contato com eles, pois não voltei a frequentar Corumbá por questões da vida, embora guarde ótimas lembranças de lá.
Encontrei Miriam e ela me contou uma história linda com este quadro que quero partilhar:
Miriam contou que sua mãe havia falecido há cerca de 2 anos. Sua mãe adorava o quadro que eu havia dado. Miriam se casou e, claro, queria levar seu quadrinho, retirou-o da parede e embalou. Sua mãe chegou na sala e disse:
- Onde tá o meu quadro?
- Mãe, eu embalei para levar. Disse Miriam.
- Não, aquele quadro é meu. É meu pedacinho do céu. Você já tá indo embora, pode deixar o quadro e, quando eu morrer, é pra enterrar junto comigo.
- Onde tá o meu quadro?
- Mãe, eu embalei para levar. Disse Miriam.
- Não, aquele quadro é meu. É meu pedacinho do céu. Você já tá indo embora, pode deixar o quadro e, quando eu morrer, é pra enterrar junto comigo.
O tempo passou e sua mãe teve um AVC terminal irreversível e morreu.
Conforme havia pedido, Miriam colocou o quadro sobre seu peito e foi enterrada com seu “pedacinho do céu”.
Emocionei-me muito com esta história e de uma coisa eu tive certeza: do quanto a arte pode transcender barreiras e compreensão humana. Jamais imaginei que a arte que fiz com carinho e entrega, tivesse um lugar tão importante no coração de alguém que, aparentemente, não era admiradora da arte, mas com certeza, a arte do coração e da sensibilidade ela dominava bem.
Linda história! Que presente para uma artista, hein? Merecimento. Quando as coisas partem do coração,a colheita divina se manifesta. Um grande beijo, Sol.
ResponderExcluirDa artista, mãe, mulher e amiga Kenya Ricarte.
Obrigada, Kenya! Fico feliz por sua participação. Beijos!
ResponderExcluirQue lindo, Maria! Você é mesmo uma pessoa muito especial e sensível. Parabéns! Micheliny
ResponderExcluirLinda!!! sem palavras....me emocionei!!.... e as coisas não são por acaso em nossas vidas...também em minhas aulas trabalho o desenho com o lado direito!!!Que loucura!!!Sua garra de vida me emociona muito! Também acabei de vencer uma sonhada vitória! Primeira CRH. Acho que quando nos entregamos com fé a força da grande Mãe, ela nos promove estas surpresas maravilhosas.
ResponderExcluirBeijos minha lida artísta!