terça-feira, 28 de junho de 2011

A Efemeridade da Existência

Esta semana faleceu um vizinho nosso, já um senhor, mas com plena saúde, de acidente fatal de carro. Sempre que alguém faz a passagem, uma certeza para todos, sempre aguça em mim algo que acredito plenamente que dá sentido a cada momento da vida: a certeza de que esta realidade tão real para nós, é passageira. Perdi vários parentes no último ano, e sei bem que sentimento é esse.
Não digo isso de uma forma triste ou medrosa, não mais. Já tive muito, muito medo da morte, do que virá, de perder o que tenho mas hoje, sinceramente, sinto-me em paz com o ciclo da vida com uma certeza crescente em meu coração: a vida é realmente um brinde de Deus, uma intensa e passageira jornada para ser vivida como se cada dia fosse único, o último, ou o primeiro. Diante desta lembrança muita, mas muita coisa perde o sentido de cara, como mágoas, medos, insatisfações com o corpo ou com a vida e também traz consigo uma outra sensação, liberdade.
Se, ao considerar a vida um fardo eterno, no qual devemos ser bem-sucedidos aos olhos dos outros, nos preencher de segurança material e controle, diante da certeza de que ela passa, essa seriedade perde a necessidade, afinal, não vamos sair desta e se tem uma coisa que todos queremos é ser lembrados depois que formos, lembrados como aqueles que foram felizes, que amaram, que se doaram, que fizeram algum tipo de diferença capaz de tocar o coração ou inspirar alguém e, principalmente, ter sido alguém feliz durante boa parte do período que esteve aqui. Sinto cada uma das pessoas que amo e que fizeram a passagem muito presentes, sem corpo físico, mas vivas.
A linha de espiritualidade que sigo em meu coração, leva em consideração que nada é mais importante do que ser feliz, em outras palavras, nada é mais importante do que estar primeiramente bem consigo mesmo para poder fazer bem aos outros e ao mundo, em outras palavras ainda: "buscai em primeiro lugar o reino de Deus e todas as outras coisas lhe serão acrescentadas", sendo aqui o Reino de Deus as coisas boas que te fazem se sentir cada vez mais pleno, feliz, bom, conectado e inspirado.
Quando estamos atentos à efemeridade da vida, realizar sonhos, ainda que ancorados nas necessidades básicas da existência, torna-se mais importante e protelar coisas que sentimos como essenciais para nossa felicidade se tornam muito mais urgentes. Tudo nesta vida é um exercício de prática, o ser humano se melhora o que faz pela prática, portanto, acordar diariamente e lembra-se disso, escrever frases que te façam lembrar-se do que é essencial para sua passagem nesta vida, livrar-se de pesos desnecessários no coração diariamente quando exercitado se torna uma prática, uma crença de vida, mudando tudo ao redor e dando mais sentido a esta efêmera, passageira, doida e, por muitas vezes, incompreensível vida. Sua vibração muda e realmente a realidade se torna mais viva.
E, com relação aos que ama, é bom a gente não se esquecer, sempre pode ser o último dia, é verdade.

Abraços sinceros em todos, porque todo mundo gosta de abraço e se ainda não te dei um, te dou hoje porque amanhã... a Deus pertence!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A Importância de Brincar

Nada ensina mais que uma experiência verdadeira.
Minhas filhas estão em férias e, como estamos sem carro, não estou podendo levá-las a lugar algum o que causa um certo tédio nelas. Ficam me pedindo para sair, dar uma volta, fazer algo... mas com minha rotina de mãe de criança pequena, casa, trabalhos... enfim, acabo, como a maioria, me consumindo na rotina e não tendo tempo para muitas brincadeiras.
Gosto muito de assistir a Super Nanny, principalmente a inglesa, de quem sou realmente fã. Acho lindo o trabalho de harmonizar uma família de cada vez, deixando para sempre uma semente de como podem ser melhores entre si. E tenho observado dois pontos crusciais em praticamente todas as mães que abordam. Um é que as mães abordadas, em geral, são aquelas que abriram mão de tudo para cuidar dos filhos e acabam se perdendo na função, ficando literalmente frustradas e esgotadas, um perigo eminente para toda boa mãe, eu me vejo sempre diante desta balança entre cuidar bem e não se anular, por isso sou tão ligada em rotina para conseguir fazer o que preciso e devo fazer que é ter uma família feliz e bem cuidada com uma mãe presente e amorosa e não deixar de me nutrir como pessoa e profissional, sem que um signifique abrir mão do outro porque sei o quanto dói para uma mãe deixar seus filhos para seguir uma carreira, normalmente causa sentimento de culpa e traumas para as crianças, fora o cansaço inevitável de tentar se dividir sempre.
Mas, continuando, outro ponto essencial, talvez o mais importante, diante do que vejo em termos de resultado real nas famílias, como uma cola que une em amor, é tirar tempo de lazer juntos. Parece incrível, mães se desdobram em mil para oferecer boas refeições feitas em casa, uma casa limpa e organizada, educação de qualidade, saúde, higiene pessoa, enfim, milhares de coisas todos os dias incessantemente, e uma tarde de brincadeiras, estando realmente presentes, se envolvendo com prazer, faz com que tudo faça muito sentido, traz alegria, o tempero do amor.

Ontem tive uma experiência dessas com as meninas, foi tão delicioso e envolvente que nem me lembrei de fotografar, mas está tudo aqui, registrado em nossos corações, vou contar:
Estamos em época de festas juninas e as meninas queriam experimentar os vestidos que vestirão na quadrilha da escola semana que vem e queriam que eu ajudasse com a coreografia. Eu estava, sinceramente, no meio de um estudo pessoal bem envolvente, foi quando pensei, quer saber, vamos lá. Me vesti também, colocamos vestido até na pequenina, nos maquiamos, ligamos o som com música de festa junina, fizemos pipoca e suco, até fichinhas para comprar as comidinhas fizemos.
Chegaram visitas, nossos querido casal de amigos, Black e Linda,e entraram na brincadeira.
Foi a maior farra, nos divertimos de verdade, morremos de rir. Em um determinado momento, percebemos que não tinha homem para fazer o par. Lá fomos eu e Miriá compor o figurino, ficou hilário.
Miriá escreveu o que a pessoa que conduz a quadrilha tem que dizer, e eu dizia tudo errado, as meninas caíam, erravam os passos, foi muito, muito bom mesmo. Em cerca de duas horas que pareceram muito mais, fizemos algo que sei que jamais esqueceremos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Educando por Maria do Sol - Parte 1

Toda mãe se vê às voltas com tudo o que envolve a repetitiva arte de educar filhos, imagine eu, com cinco em idades diferentes, praticamente só tenho este assunto! Mentira, mas que ocupa boa parte de minha massa encefálica, confesso que sim.
Diante disso, resolvi partilhar um pouco do que aprendi nesta jornada que já dura 13 anos.
Cada mãe vai educar incluindo dois ingredientes que determinantes: personalidade e a educação que recebeu. Normalmente todas carregamos algo que não queremos repetir da educação que recebemos, evolução, claro, e a experiência também vai nos ensinar muito no dia-a-dia, mais que os importantes livros que acabamos lendo pelo caminho.
Vou começar com os bebês. Minha vasta experiência com bebês (rsrsrsrs) me ensionou que são os melhores para orientar e respondem muito bem a estímulos negativos e positivos.
Muitos dizem ter dificuldades para educar os bebês, para fazê-los dormir e o cansaço faz com que nossa maneira ideal de agir seja abalada, mas o que considero mais importante nessa fase é compreender que os bebês novinhos respondem a estímulos muito sensíveis, são extremamente perceptivos e qualquer coisa abala-os, como ar, sons, sentimentos da mãe, e todas as respostas dele são instintivas, não mimadas. Basicamente, todos os bebês precisam em essência estar perto fisicamente da mãe, é pura sobrevivência e não há nada de mal nisso, não vai mimá-lo se deixá-lo dormir perto de você, no mesmo quarto ou mantê-lo no colo por mais tempo, mas sim criando uma criança segura. Aos poucos, naturalmente, ele mesmo vai sentir necessidade de se descolar, por assim dizer, à medida em que for sentindo seu corpo mais firme, sua percepção mais aguçada, naturalmente se desprenderá.
Nossos parentes animais mais próximos, por exemplo (macacos) carregam seus bebês com eles enquanto não estão firmes para interagirem sozinhos no mundo e depois não ficam voltando para grudar na mãe, o que quero dizer é que é um período no qual a proximidade é essencial mas isso não quer dizer que não passa, é de nossa natureza buscar independência e acredito que quanto mais seguros nos sentimos, mais somos independentes de verdade. Basta ficar atenta para perceber e sentir esta necessidade crescente a cada dia.
Aproveite, carregue no colo, beije aos montes, admire cada pedacinho, se emocione, mantenha perto, durma com ele no colo e descanse sempre que o bebê dormir, para ter energia de verdade quando precisar.